Um lugar lotado. Um ambiente normal. A conversa rolando, o som embalando a pista.
Eis que ela surge. Não, ela não está com uma roupa extremamente sensual. Ao contrário, ela está bem vestida, com trajes que apenas fazem o contorno de seu corpo, deixando muito mais o mistério no ar do que o corpo a mostra.
Sua chegada é notada. Por todos.
Age tranquilamente, andando e curtindo a balada, com os olhares em sua direção.
Os homens sem entender como ela tem a capacidade de prender a atenção, de exercer um fascínio apenas com sua postura, com seu andar.
As mulheres com certo ar de inveja. Procuram defeitos, procuram denegrir, mas mesmo elas são obrigadas a elogiar, a reconhecer a beleza desta pessoa.
Perfeita? De forma alguma. Muitos a julgariam fora do padrão “esteticamente correto”. Mas o fascínio que ela exerce é nítido. Um charme difícil de definir.
Vai além da beleza. Ela se mostra com uma confiança, com uma auto-estima. Age como se não tivesse mais ninguém. Age como que sem dar a mínima para as demais pessoas, não de uma forma arrogante, mas sim de uma postura de quem não se preocupa com criticas, comentários ou julgamentos.
Este conjunto de fatores faz com que ela não seja abordada, que coloque receio nos homens. Um sorriso é percebido em seu rosto. Por ter noção da sua força, de seu poder feminino.
Começa a andar e olhar nos olhos dos homens no recinto. A maioria fica olhando quando ela se aproxima, mas desviam quando sentem que o contato direto está sendo feito. O sorriso agora tem um tom de deboche, de sarcasmo.
Mas seu olhar fixa-se em um dos homens do recinto. Não é alguém que se enquadre no padrão de beleza tradicional. O que a chama atenção é que este homem também a admira com os olhos, mas de uma forma diferente. Menos incisiva, menos agressiva.
Ela então avança em direção a ele. Igual aos demais, seu olhar desvia em um primeiro momento, mas ao perceber que ela ruma em sua direção, sua postura muda. Uma postura confiante, serena, que a encanta.
Puxa uma cadeira e senta-se ao lado dele. Sussurra algo no ouvido dele. Ele levanta-se e a leva para a pista. Firme e decidido. Uma música basta.
Todos admiram a dança do casal. Apenas certo tom de surpresa. O homem que foi abordado por ela a conduz de uma forma que parece controlar, a dominar.E a postura dela ganha um terceiro contorno bem claro.
A postura de uma mulher entregue, deixando-se levar, deixando-se conquistar.
Algo que deixa todos incrédulos. Aquela pessoa que poucos minutos atrás tomava conta da balada agora estava nas mãos de um homem até certo ponto comum.
Apenas uma música. E ambos saem da balada de mãos dadas. Os homens, com inveja dele. E as mulheres querendo entender o que ele tem de diferente dos demais.....
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