Flavinho

Não sei se foi acaso ou mera coincidência, mas eis que acompanhando a reforma do escritório onde trabalho me vi obrigado a também a me reconstruir de várias formas. Desabei por dentro por vários fatores. Cedi a pressão de trabalho,vida pessoal e deixei a minha vida amorosa sem o devido cuidado. Me imaginando como uma "casa". A reforma não vai jogar fora o que tenho de bom. Sei que tenho qualidades, afinal, foram elas que me permitiram chegar até aqui, que me fizeram conhecer pessoas boas na minha vida. Mas não posso esquecer que os defeitos que preciso arrumar são os que fizeram estas mesmas pessoas se machucarem, se magoarem e até se afastar por minha culpa. Hoje isso me faz "acumular" funções. Estou vendo diversas coisas em mim que eu não concordava nos outros. Diversas posturas que hoje quero mudar, que não me fazem bem. Sou o pedreiro, sou o arquiteto, sou a pessoa responsável por monitorar o serviço. E não posso achar que a "casa" vai se ergu

Começando a entender porque sempre tive facilidade para dar conselhos, ajudar pessoas a tomar suas decisões. Precisei levar uma rasteira da vida, me encontrar sem chão, perdido para dar o primeiro passo em relação a isso. Acho que penso de forma correta, acredito que tenho boas ideias e já ajudei muitas pessoas próximas. Mas apesar de ser válido, quem aconselha pode apenas ajudar na tomada da decisão. Não é a pessoa que pode pesar todos os prós e contras. Não é quem vai sofrer se algo der errado. Não é errado aconselhar. Não é errado aceitar conselhos. Mas sempre foi difícil aceitar e seguir os meus conselhos por medo. Querer evitar sofrimento, querer evitar problemas. Evitar responsabilidade, entrar no modo defensivo e cobrar o outro. Isso é muito mais fácil. E hoje começo a entender quem eu sou até agora. O primeiro passo de uma caminhada que demorei demais para começar, mas que é necessária. O quanto me sabotei para me preservar, com medo de me machucar, de cair, de me magoar. O