Reunião logo após o almoço e como é de praxe em São Paulo a virada
repentina na temperatura saindo de um dia quente de sol para uma chuva de
poucos minutos, mas suficiente para me deixar com a roupa social toda molhada.
Horário apertado e nada a ser feito a não ser encarar esta chuva.
A calça e a camisa grudadas ao corpo, uma rápida passada no
banheiro para me tirar o excesso de agua no corpo e um café quente e rumar para
a sala de reunião, onde entro pedindo desculpas pelo estado que me apresento.
Apresentação formal para todos os presentes e pedidos de
desculpas por conta do estado que me encontro.
Começo a conduzir a reunião, apresentando e detalhando as informações
através de relatórios e slides. Minha intuição me faz prestar atenção as
pessoas envolvidas e tenho a nítida impressão de olhares em minha direção com
outras intenções, deve ser algo da minha cabeça.
Fim da reunião e um convite geral para uma happy hour pós
expediente, prontamente aceito. Chego no barzinho segundos antes de de começar
a chover novamente. Comento que minha cota de chuva já deu por hoje e ouço um “que
pena” sem identificar de onde veio (e confesso que por ter ficado com um pouco
de vergonha nem procuro descobrir a autora do comentário).
A chuva continua pesada, sem dar trégua. Aos poucos as
pessoas vão indo e digo que vou esperar ela passar para ir embora. Uma carona
me é oferecida e reconheço o tom da voz como sendo o mesmo que soltou a frase
assim que cheguei ao bar.
Convite aceito, caminhada e entrada no carro. Uma garrafa de
água aparece e antes que eu me dê conta ela é esvaziada, me deixando pior do
que no começo da reunião. Ao tentar pronunciar qualquer palavra tenho minha
boca silenciada por um beijo.
Toques, caricias e uma voz suave no ouvido dizendo que a
vontade de estar comigo estava explodindo desde o momento em que ela tinha me
visto entrar na sala de reunião ensopado, com a minha roupa molhada marcando
meu corpo.
E aos poucos o que era agua vai dando lugar a suor de dois
corpos entregues, deixando-se levar pelo momento. Sem perguntas,
questionamentos ou inibições.
Somente a vontade, o tesão e o desejo tomando conta até
ambos não terem mais forças. Os vidros
do carro completamente embaçados deixam claro a intensidade do que aconteceu.
A chegada em casa com a camisa social ficando de recordação.
E a troca de olhares na despedida.
Esperando pela chegada da próxima chuva....
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