Seguro em tuas mãos e deixo você me guiar. A roupa nova macia, “tocando” meu corpo. É uma sensação gostosa, você acertou em cheio no tamanho. Fico tentando imaginar como estou vestido.
Caminho lentamente contigo até deixarmos o local onde estávamos e paramos. Após alguns segundos escuto o barulho da porta de um elevador se abrindo.
Você me conduz para dentro e percebo que não estamos a sós. Alguém nos deseja boa noite e retribuo o cumprimento.
O elevador desce alguns andares até parar. Sinto seus dedos entrelaçarem com os meus, novamente me conduzindo. Damos alguns passos e você volta a perguntar se confio em ti. Não falo nada, apenas puxo você para perto, tentando responder a pergunta com um beijo, mas como estou vendado acabo beijando seu nariz.
Você ri e busca meus lábios – O que vale é a intenção – me diz, o tom da voz entregando que está sorrindo.
Andamos mais um pouco e escuto vozes ao fundo. Óbvio que vendado é impossível saber onde estamos, mas imagino que seja um local público, com várias pessoas. Percebo você falando com alguém, confirmando seu nome. Passa alguns segundos e voltamos a caminhar.
As vozes em volta aumentam e confesso que isso me incomoda um pouco. Volto a ter a sensação de que alguém está me olhando. Na verdade, de que várias pessoas estão me olhando. O ruído me deixa um pouco desorientado, muita informação para processar.
Você percebe isso e me abraça – se apoie em mim. Hoje vou cuidar de ti. De várias formas – as últimas palavras são ditas bem próximas do meu ouvido, me arrepiando de uma forma bem gostosa.
Caminhamos mais um pouco e felizmente as vozes amenizam. Ao que parece estamos em um lugar mais reservado. A sensação é mais agradável. Você me conduz para o que parece ser um sofá. Assim que me ajeito, escuto alguém falar para aproveitarmos nosso jantar.
Você está sentada ao meu lado, bem perto de mim. O fato de estar sem enxergar já é tranquilo para mim. Aproveito e vou curtindo as sensações, o calor do seu corpo, o cheiro do seu perfume, o som ambiente e até mesmo a sensação de uma iluminação leve, talvez luz de velas, imagino.
- O que vão querer comer hoje? – escuto alguém perguntar?
- Amor, o que você vai escolher para nós – você pergunta, antes de me entregar o cardápio.
- São tantas opções amor. Esses pratos maravilhosos que dão vontade de comer com os olhos, quer dizer... – respondo, arrancando risadas suas e de quem está nos atendendo.
- Dessa vez eu vou escolher – você responde, para logo em seguida fazer o pedido de uma entrada, um vinho e do nosso prato principal.
Quando chegam os primeiros itens na mesa você me orienta para que eu possa comer com as mãos. Enquanto aproveitamos, conversamos de forma leve. Se não fosse pela venda, seria um jantar como outro qualquer.
O vinho chega em nossa mesa e o garçom pergunta quem vai provar – quer fazer as honras? – você pergunta. Aceno com a cabeça, e com cuidado procuro a taça e busco segurar até que o vinho seja servido. Sinto o aroma do vinho antes de provar, provo e elogio sua ótima escolha, mas não sem antes fazer um comentário – pela coloração esse vinho parece ser de uma safra de 1800, envelhecida em barril de carvalho, com monges tibetanos vigiando bem de perto – digo, fazendo pose como se fosse um expert.
Eu, você e até mesmo o garçom damos risada da situação. Em seguida ele pergunta se pode nos servir. Balanço a cabeça afirmativamente para depois levantar minha taça, propondo um brinde, esperando seu contato, já que não posso enxergar, obviamente.
Brindamos só que eu faço uma cara estranha que você percebe. Coloco minha taça na mesa com cuidado enquanto me pergunta se está tudo bem. Com gestos sinalizo que não.
Você se aproxima e quando sinto que está perto levo minha mão até sua cintura, te puxo em minha direção. Você entende minha intenção e me ajuda a fazer nossos lábios se encontrarem mais uma vez. O nosso gostoso beijo agora com gosto do vinho.
- Besta – você diz rindo, antes de voltar para perto de mim e voltar a me beijar de forma bem carinhosa, delicada. Um clima leve e gostoso. Posso dizer que a noite já está perfeita para mim.
Conversamos muito e depois de um tempo o jantar é servido. Óbvio que o fato de estar vendado me complica. Com calma tento me servir, mas é um desafio e claro que você ri da situação.
Passo alguns minutos nesse sufoco ao som de várias risadas tuas a cada tentativa frustrada da minha parte, mas depois de um tempo você resolve ser boazinha e me ajuda.
Fim do jantar, o garçom pergunta se vamos querer sobremesa. Você rapidamente responde que não e pede a conta.
Assim que o garçom se afasta você chega perto do meu ouvido – espero que ainda esteja com fome. A sobremesa está guardada, para mais tarde – meu braço inteiro arrepia, nem consigo te responder.
Paga a conta e me guia. Saímos calmamente, deixando o local
onde estamos, caminhando até o elevador, para subirmos até nosso andar.
Saindo do elevador, seguimos até o quarto, digamos um pouco mais leves após o vinho. Você me conduz até a cama, pedindo para que eu me sente – hora da sobremesa, mas sem ser ansioso viu – você diz.
Sinalizo com a cabeça que sim, você se aproxima e tira a minha camisa. Em seguida se afasta, me deixando ali, parado, sem reação, por alguns minutos.
Quando retorna você pede que eu abra a boca e traz seu dedo até meus lábios – prove – é a única coisa que diz.
Sinto o sabor de chocolate, delicioso, até pela forma como estou provando. Repete
isso algumas vezes até perguntar se estou satisfeito. Respondo que não, mas
você adota um tom irônico – azar o seu.
Sobe no meu colo e começa a passar chocolate em mim – minha vez de provar a sobremesa – e começa a lamber meu peito nu, com direito a leves mordidas.
A situação, estar vendado, seu toque e todo o clima da noite, despertam meus desejos, despertam meu corpo. Você claramente percebe, rebolando em cima do meu colo.
- Ainda tem mais chocolate para você – comenta perto do meu ouvido, puxando meu rosto para seus seios, já seminua, e derramando o doce em seu corpo. E como é gostosa essa combinação, ainda mais sentindo você em cima de mim. Seus gemidos me atiçam, me envolvem, fazem eu continuar, perdendo totalmente a noção do tempo.
Sua respiração ofegante, seu corpo inquieto. Suas mãos tocando
e acariciando meu corpo. Depois muda, colocando uma mão no meu pescoço, como
que desesperada para que eu não saia de perto enquanto sinto a outra mão
vindo para perto de mim, começando a me acariciar, algo que não dura muito tempo, pois percebo você começando a se tocar enquanto sente minha boca e minha língua em ti.
Essa combinação mexe demais com ambos. Seus gemidos agora mais fortes, seu corpo intensifica os movimentos até que finalmente relaxa. Seguro você pela cintura, perto de mim, esperando sua respiração acalmar. Isso dura pouco tempo, antes de você me puxar para mais um dos nossos gostosos beijos.
- Precisamos nos limpar depois de toda essa bagunça. O que acha de um banho? Mas ainda precisa ser vendado. Confia em mim?
Respondo que sim, e digo que sigo em tuas mãos para continuarmos nossa noite.......
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