Um dia qualquer. Um dia desgastante como tantos outros.
Chega em casa cansada, de mal humor. Não querendo saber de nada, nem de ninguém. Te conheço um pouco e só de perceber sua expressão evito dizer algo.
Sabe muito bem que não me viro bem na cozinha, mas com poucas palavras peço que deixe o jantar por minha conta, pedindo apenas que passe no mercado para comprar algo desnecessário (apenas para que eu possa ficar um tempo sozinho em casa).
Ao chegar em casa pego sua bolsa e te guio até o banheiro. A banheira cheia para que possa tomar um gostoso e demorado banho. Beijo teu rosto de leve, ligo o som e deixo que fique a vontade. Termina o banho e sai ainda de roupão, com uma expressão mais leve.
Conversa comigo a distância e comenta que está cansada e não quer fazer nada. Respondo que está tudo bem e peço que venha me ajudar na sala. Ao chegar encontra a mesa pronta, com luz de velas, o jantar pronto e o vinho já servido.
Aproxima-se surpresa, ameaçando ir se trocar, mas argumento que estamos apenas nós dois e que pode ficar a vontade.
Deixo que desabafe sobre seu dia, reclamando de trânsito, do trabalho, do salto, das contas para pagar e tudo mais que lhe vem a mente. Não questiono, não discuto, não argumento. Apenas te escuto, te dou atenção.
Terminado o jantar tiro o telefone da tomada, retiro meu relógio e o seu. Desligo nossos celulares. Seu olhar em tom de pergunta.
"Precisamos de um tempo só para nós. Sem interferências externas. Um tempo de qualidade, de entrega. Um tempo que não precisa nem deve ser mensurado.
Te levo para o quarto, pedindo que deite-se de bruços. Tiro seu roupão e lentamente começo a te massagear. Aos poucos sinto que seu corpo vai relaxando ao meu toque, que permite-se ficar mais tranquila.
Sua respiração flui mais solta. Seu rosto se torna mais sereno. Um sorriso de alivio aparece.
Começa a ficar tão aliviada que adormece tranquilamente. Apenas te cubro, te deixo confortável na cama e me sento ao lado. Admirando você.
Acorda no dia seguinte bem disposta, colocando a mão do lado da cama e não me encontrando. Apenas para levantar e ver que dormi sentado. Me acorda e mesmo sonolento sorrio para ti e te puxo para meu colo.
Pede desculpas pela noite anterior, promete compensar, achando que dormi fora da cama por estar triste ou chateado. Acho graça e digo que está errada. Beijo teus lábios e agradeço pela noite perfeita.
"Como assim, noite perfeita"? - Você pergunta.
"Uma noite perfeita pelo simples fato de que pude cuidar de você, te acalmar , te relaxar. Uma noite perfeita por poder passar a noite admirando teu rosto dormindo serena. Uma noite perfeita pelo fato de poder ter você perto de mim..."
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