Vinho, (poucos) trajes e a imaginação

Vinho, (poucos) trajes e a imaginação - Parte 1

Fim de expediente, hora de voltar para você. No caminho recebo uma mensagem dizendo que está preparando um jantar especial para nós e pedindo para que eu passe no mercado e compre três garrafas de vinho. Em um primeiro momento estranho a quantidade, mas atendo seu pedido.

Compras feitas, sigo meu trajeto e antes mesmo de abrir a porta já consigo sentir um aroma que desperta minha fome.

Entro e você parece nem me perceber. Está concentrada, escutando uma música alta e com uma expressão gostosa de ver, feliz, relaxada. Fico alguns segundos ali te admirando antes de ir em sua direção, te abraçar forte e te dar um demorado e gostoso beijo.

O sabor dos seus lábios é sempre envolvente. A tranquilidade e conexão da nossa intimidade misturada com a nossa intensidade e uma vontade que parece não ter fim. Com muita dificuldade conseguimos nos desgrudar e pergunto se precisa de algo.

- Deixe os vinhos gelando, mas abra um deles para terminar o preparo do nosso jantar que já volto - Você me responde, antes de me dar um leve beijo e sair da cozinha.

Concentrado no que estou fazendo nem percebo você voltando enquanto estou abrindo o vinho. Chega de forma tão delicada que me assusta e acabo molhando o vestido que está usando.

Rindo, você me chama de atrapalhado e novamente deixa a cozinha. Volto a cuidar do jantar, misturando o vinho com o que você já estava preparando, deixando um cheiro delicioso no ar.

Mais atento escuto você voltando, mas como estou prestando atenção no fogão, nem olho para ti. Percebo você abrindo o armário, passando por trás de mim e puxando uma cadeira. Em seguida, percebo que está se servindo com o vinho.

- Amor, tem horas que você é tão atrapalhado. Sua sorte é que a noite está quente e gostosa - Você diz.

Até então concentrado me viro em sua direção para responder.

- Eu atrapalhado? A culpa .... - Começo a dizer, mas não consigo terminar a frase.

Olho para ti. Está ali na cozinha, só de lingerie, com a taça de vinho em uma das mãos e um sorriso deliciosamente safado nos lábios. Fico alguns segundos sem fala, sem reação e você ri, satisfeita pela reação proporcionada.

A imaginação e o desejo já me levando para longe e você sem ajudar. Me viro e tento me focar no fim do preparo, sem perceber você chegando perto. Um sussurro perguntando "se está tudo bem" no momento que estou provando o tempero do nosso jantar me pega desprevenido. Arrepio e acabo sujando a minha roupa de molho.

Deixo a colher na panela, me viro e te beijo, enquanto te agarro forte. Nossos lábios só desgrudam quando estamos quase sem fôlego. O desejo um do outro se fazendo bem claro, os corpos entregando nossa vontade.

- Agora sossegue enquanto eu termino nosso jantar - Digo fingindo estar bravo com você. Me afasto, mas seu olhar fixo no meu corpo denuncia o que você quer.

- Perdeu algo? - Te pergunto.
- Perdi não, achei - Responde de forma bem arteira para mim.
- Vou facilitar seu lado então - Te respondo.

Tiro minha blusa e logo em seguida minha calça. Foco no fogão, mas olhando para ti, agora inquieta na cadeira, mordendo os lábios, "mapeando" cada parte do meu corpo, que você já conhece muito bem.

Sorrio, por saber que agora "posso dar o troco" do que você fez até agora....

(Continua)

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