Acordamos cedo e um beijo de bom dia já é suficiente para que a química entre nós fale mais alto. Mas apesar do desejo, temos nossa "vida adulta" para cuidarmos.
O corpo e a mente até tentam tirar o foco, mas a razão fala mais alto. Você tenta me segurar na cama e me esforço para sair dos teus braços.
Fazendo cara de dengo, você se levanta para ir tomar banho enquanto me troco. Quando estou quase pronto você grita, chamando meu nome. Assustado entro no banheiro e quando chego você me pega de surpresa, me jogando embaixo do chuveiro, de roupa e tudo.
A água colando a roupa em mim e você nua é quase uma intimação para eu esquecer do mundo lá fora.
Nos beijamos e acaricio o corpo que tanto me atrai. Mas o toque do meu celular me coloca de volta a realidade.
Você faz um bico, com um jeito dengosa, mas me deixa sair apressado para poder me trocar mais uma vez.
Me despeço de ti e saio correndo atrasado enquanto você se arruma para trabalhar de casa.
No caminho para a empresa você manda uma mensagem dizendo que tem algo para que precisa mostrar e quer minha opinião. Quando vejo, é você mais uma vez me provocando com fotos pós-banho, com você se trocando. Sabendo exatamente o efeito que provoca no meu corpo.
Mal consigo digitar para te responder e óbvio que não posso te mandar áudio. Chance zero de falar o que estou pensando em público.
Resolvo escutar uma música para acalmar, mas a lista musical não ajuda. Sons que relembram nossas danças, nós dois bem colados.
Preciso tirar você do meu pensamento. Preciso me focar. Me concentrar.
Expediente rolando, reunião na empresa e notificação no celular. Mais uma foto sua. Misto de ansiedade, curiosidade e receio.
Quando abro até me frustro. Uma foto sua comportada, em frente ao computador, trabalhando e com a legenda 'prometo me comportar. Vou deixar você trabalhar: :-)
Apesar da decepção, isso me coloca de volta aos eixos. Termino a reunião e vou para minha sala.
Começo
a focar nas minhas coisas quando você me chama no computador, dizendo
que precisa da minha ajuda. Na mesma hora você me liga no WhatsApp com
uma chamada de vídeo.
Te pergunto se aconteceu algo, com medo de
alguém ter clonado seu número, mas você me tranquiliza, apenas pedindo
para eu deixar o celular apoiado em algum lugar e que mais ninguém possa
ter visão da tela.
Aceito a chamada e vejo você sentada, com a
mesma roupa da foto anterior. Mas enquanto vou te ajudando pelo
computador, você se levanta, ficando de pé em frente ao celular. E lá
está você, nua da cintura para baixo.
Perco o foco por segundos enquanto você pergunta se está tudo bem comigo. E faz um jogo deliciosamente torturante comigo.
A voz, calma e tranquila falando comigo contrasta com você se movimentado, acariciando seu corpo.
A boca fica seca. Meu corpo reagindo e eu ali, precisando fingir que nada está acontecendo.
Me
esforço para seguir calmo. E aí você me pede para colocar os fones de
ouvido. Continua conversando normalmente comigo, mas o som da tua voz,
ainda mais perto, faz meu corpo se arrepiar.
Pela câmera percebe
que estou meio inquieto na cadeira. E sorrindo de uma forma
deliciosamente maliciosa você pergunta se gosto do que estou vendo.
Na
mesma hora uma pessoa bate na porta, pedindo minha ajuda. Ao me ver de
fone, sou perguntando se estou em uma chamada. Você escuta e pede para
que eu fale que estou em uma reunião, mas no momento só estou como
ouvinte.
Então essa pessoa entra na minha sala, dizendo que vai
ser algo rápido, só precisa tirar uma dúvida. Nesse momento você desliga
o vídeo e muda o tom da voz, mais baixo, sussurrando. Sempre que a
conversa tem uma pausa você se insinua
para mim. Relembrando o que já fizemos, dizendo o quer fazer. Mandando
eu imaginar seu toque no meu corpo. Dizendo para eu lembrar dos teus
lábios devorando os meus. De você no meu colo me desejando. De nossos
corpos colados como se fôssemos um só.
Não respondo nada a ti.
Mas converso na empresa de uma forma pausada, demorando a responder.
Raciocinando da melhor forma possível para não falar nenhuma besteira.
A
pessoa fica minutos na minha sala, mas parece que foram horas. Assim
que estou a sós você abre a chamada de vídeo novamente. E agora está
completamente nua. Deitada, a vontade.
Pergunta se estou bem
enquanto se toca. Digo que não, que não tenho condição nenhuma de me
levantar da cadeira. Você faz uma expressão de misto de malícia e
dengo, pedindo para que eu levante e possa ver confirmar se estou falando a verdade.
Tento
fazer isso da forma mais discreta possível e assim que me levanto você
percebe como estou. A calça social não esconde como você me deixou.
Sorrindo você me pede mais um favor. Que eu abra o bolso da minha mochila e pegue uma sacola que deixou.
Vejo
uma caixa vazia de um vibrador e orientações para um aplicativo. Ao
voltar para a chamada, vejo você já preparando seu novo brinquedo.
E
aí começamos a brincar a distância. Eu novamente sentado, mas podendo
te ajudar a ter prazer, mesmo a distância. Você fecha seus olhos e
descreve cada sensação enquanto testo todas as alternativas possíveis.
Isso dura até que você relaxe. Até que chegue a um pico gostoso de prazer. Mais uma vez, sorri para mim, mas mais calma.
Se despede com um beijo, dizendo que precisa ir para o banho.
E minutos depois, manda uma mensagem, pedindo para voltar logo para casa, porque me deseja muito.
E
fico com tudo isso na cabeça. A mente me traindo e me fazendo lembrar
de tudo que fez. Da forma como entrou na minha cabeça e não me deixa
pensar em nada mais que não seja você....
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