O tempo quente favorece isso.
Do meu lado sem muitas opções. Camisa e calça preta social.
“Estranhamente” parece ser um dia onde tudo que precisa
resolve dar problemas.
Primeiro uma ida a sua mesa para uma tarefa rotineira e
parece facilitar uma visão de seu decote, aparentemente sem intenção.
Depois passando na minha mesa, puxando papo, mas sempre
andando de forma sensual, quadris rebolando lentamente e pernas lisas.
Uma chamada para arrumar um equipamento embaixo da sua mesa
e você aparecendo para acompanhar.
Impressão ou o vestido parece subir? Visão
das coxas em um vestido colado, parecendo que está sem roupa intima por baixo.
Pergunta se achei algo e penso no trabalho, respondendo que
não achei nada. Percebo que você se ajeita na cadeira, as pernas um pouco mais
afastadas e volta a perguntar se realmente não achei nada.
Fico sem graça e tento manter meu foco. Afinal já
conversamos antes e nada indicava interesse. Algumas brincadeiras, é verdade,
mas nada de concreto. Apenas conversas maduras, comentando sobre gostos, sobre
envolvimento, sobre romantismo e do fato da maioria das pessoas estarem com
foco em parte corporal e deixar de lado outros detalhes.
Do egoísmo e da procura pelo prazer próprio. Sem pensar no
prazer do parceiro. Sem pensar em curtir o momento com o parceiro.
No fim do dia, escritório mais vazio e novamente me chama a
sua sala para outra “manutenção”. Barulho de chave? Acho que é algo da minha
cabeça.
E algo raro, me pergunta o que acho de teu corpo. Elogio ,
mas de forma vaga.
Você conduz o papo de outra forma e pede para que eu seja
mais especifico nos comentários. Pede
que comente sobre seus seios, suas pernas, suas coxas.
Elogio, dizendo que tem um corpo que chama atenção, cada
parte citada é devidamente elogiada, até quando chego às coxas, onde deixo a
entender que reparei com mais calma. Nesta parte questiona se percebo que está
sem calcinha.
Afirmo que sim, de forma que deixo claro que reparei em teu
corpo. Sorri e à medida que a conversa esquenta meu corpo responde. E do meu lado tenho um “problema”. Roupa
social , logo é fácil reparar que meu corpo responde.
Percebo seu olhar abaixar e uma expressão nos seus olhos se
forma. Certo fogo no olhar. Acompanhado de uma mordida nos lábios.
Um pequeno silêncio se forma ao ficar claro que um repara
fisicamente no outro.
Silêncio quebrado pela troca de olhares. Pela nítida sensação
de desejo, de excitação de um pelo outro e que naturalmente faz com que nos
aproximemos e os lábios se encontram num beijo intenso , quente e cheio de
malicia.
Nada é dito. Mãos deslizam pelo corpo um do outro rapidamente,
descobrindo, tocando, sentindo.
Tocando partes que denunciam tesão, sentindo
detalhes nem sempre vistos em “dias normais”.
Pausas curtas para recuperar o fôlego e voltar a este desejo
até então novo, mas com uma nítida impressão de desejo acumulado e ocultado até
aquele momento.
E todo aquele romantismo , calma e romantismo sempre comentado
por nós dá lugar a um tesão de certa forma “cru”. Sem pensar onde estamos, sem
pensar na situação. Sem pensar no que vai acontecer.
Apenas querendo aproveitar o momento da melhor forma
possível. Como se esta fosse uma oportunidade única.
Uma leve pausa no momento em que os corpos estão nus. Pede novamente para que comente sobre seu
corpo.
Peço que fale de onde quer que eu comente. Mas ao invés de
comentar eu beijo, passo a língua ou até
mordo de acordo com a parte que pede o
comentário.
Forço que continue pedindo os elogios, mesmo com as palavras
saindo com dificuldade, mesmo com frases saindo mais desconexas, entre gemidos
e mãos arranhando minhas costas.
Mais um momento de pausa, apenas para jogar tudo que está na
mesa no chão e ter a mesa improvisada como cama. Para realizar todos nossos
desejos. Todas as nossas taras.
Sem julgamento, sem pensar. Apenas querendo ter e
proporcionar prazer.....
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